A business-Oriented Foundation for Service Orientation
Ulrich Homann
Comentário sobre o artigo
O autor apresenta uma proposta de modelagem da arquitetura de negócios com foco na orientação a serviços. Esta arquitetura seria mais estável e eficiente do que o tradicional processo de modelagem de negócios o qual se preocupa com detalhes do “como fazer” para uma proposta baseada no mapeamento das capacidades de negócios, ou seja “o que fazer”.
A atual dinâmica do mundo dos negócios requer que as empresas sejam capazes de se adaptar rapidamente a mudanças. O autor começa o texto com uma frase de impacto de autoria de Charles Darwin, relacionada a evolução das espécies, mas que se adapta perfeitamente ao atual ambiente de negócios: “Não é a espécie mais forte ou inteligente que irá sobreviver, mas aquela que consegue se adaptar mais rapidamente às mudanças”. Esta frase pode ser complementada com outra, também de impacto, que Joelmir Betting gosta de usar em suas palestras: “No mundo dos negócios de hoje, não é o maior ou mais forte que engole o mais fraco, mas o mais rápido que engole o mais lento”.
Como a palavra chave hoje é “mudança”, o autor argumenta que as tradicionais arquiteturas que modelam os processo de negócios baseado no “como” eles fazem acabam engessando a empresa dificultando as adaptações necessárias.
O atual mundo competitivo e globalizado no qual as empresas atuam exige uma arquitetura de negócios e sistemas de informação capazes de superar os limites físicos da empresa e devem considerar requerimentos mais flexíveis que envolvem colaboração entre redes de empresas e parceiros de negócios que compartilham recursos e informações. Estas redes são dinâmicas, os mercados são dinâmicos e os sistemas que dão suporte a esta troca de informações devem ser capazes de adaptarem-se a estas mudanças.
A orientação a serviços ou “Web Services” é uma arquitetura de sistemas voltada para a distribuição e flexibilização da comunicação entre sistemas complexos, em plataformas distintas e fisicamente distribuídas, com tecnologia de desenvolvimento distinta. Esta flexibilização da comunicação reflete a atual realidade do mundo dos negócios.
Orientação a serviços significa oferecer serviços (informação) com confiabilidade e operacionabilidade, de forma protegida e controlada sobre a WEB, usando padrões comuns. Esses serviços são publicados e consumidos através de interfaces padronizadas. A principal característica desse protocolo é permitir a interoperabilidade independente da plataforma, do provedor e da localidade, ou seja, é sinônimo de flexibilidade.
O autor afirma porém que os “web Services” sozinhos não resolvem todos os problemas de TI da empresa, como aderência a estratégias de negócios e, principalmente, garantir espectativa máxima de vida dos sistemas apesar de constante ambiente de mudanças.
Para alcançar estes objetivos ele sugere a modelagem do negócio baseado no mapeamento das capacidades de negócio da empresa.
Uma rede de capacidades de negócios irá modelar “o que” a empresa faz, comportamento visível externamente, diferente do “como” ela faz, o qual é um comportamento interno. Uma capacidade também se preocupa com seu esperado nível de performance. O “como” ela faz é tratado como uma caixa-preta neste nível de abstração.
Capacidades são descritivas o bastante para entender como uma função se encaixa no negócio e o que é necessário para interagir com ela. As capacidades são estáveis, por exemplo, vender produto. Isto a empresa sempre terá que fazer. Já o “como” eu vou vender estes produtos pode variar. Por exemplo, um processo de reengenharia que irá mudar de um canal tradicional de vendas para o comércio eletrônico.
O aspecto de rede dessas capacidades descreve como elas interagem para executar os requerimentos de negócios. É nesse cenário que o modelo de capacidades e os “web services” se casam. Os “web services” publicam ou disponibilizam os serviços ou informações independente de quem vai consumir ou como vai consumir. Eu posso tranqüilamente mudar o processo, o componente que executa o “como”, que o serviço de acesso aos serviços ou informações ainda estará disponível na interface padrão.
O processo de integração entre empresas (“Supply Chain”) é um bom exemplo. Ocorreu através dos tempos a evolução de uma arquitetura linear, que já era complexa, para uma muito mais complexa rede de parceiros de negócios que trocam informações, serviços e produtos entre si de forma colaborativa extrapolando os limites da empresa.
O paradigma hoje é a integração e a cooperação com clientes e demais parceiros de negócios. O problema ocorre porque, na maioria dos casos, os sistemas das empresas não foram modelados para absorver estas mudanças, o foco até então era a integração de aplicativos internos e este novo paradigma é muito mais do que isto.
Como não é possível para as atuais arquiteturas serem adaptadas para este ambiente de mudanças constantes é necessário um modelo mais adequado. Estas mudanças caminham no sentido de se buscar um modelo mais estável de arquitetura, baseado nas capacidades de negócios, ou seja buscar elementos que poderão garantir vida mais longa para a aplicação e permitam tratar melhor com este ambiente de mudanças.
A proposta do autor é modelar o negócio como uma estrutura de capacidades interconectadas, na forma de camadas, de maneira a alinhar o conceito de orientação a serviços com os direcionadores de negócios.
Este mapa de capacidades de negócios e orientação a serviços provê um conjunto de ferramentas que modelam o negócio para além de suas fronteiras físicas, formando uma rede que inclui toda sua cadeia de valor, integrando clientes, fornecedores e demais parceiros.
Como trata-se de uma rede de capacidades, um dos aspectos mais importantes do modelo está relacionado a como uma capacidade se relaciona com outras capacidades ou como modelar esta conexão.
A modelagem das conexões é extremamente importante pois é ali que podemos tratar com as questões da mudança enquanto as capacidades permanecem estáveis como caixas pretas.
Uma capacidade provê um serviço que é consumido por outras capacidades. Aí está força do modelo para tratar com questões da mudança. Cada capacidade é modelada como um componente que possui interfaces de consumos de serviços (entrada) e a interface de serviços produzidos (saída). Eu posso trocar um componente que produz os serviços por outro componente sem afetar os demais, ou seja, componentes são independentes.
Esta modelagem focada na conexão provê flexibilidade de se poder trocar quem executa o serviço pois não foca nos detalhes de como o processo é executado, mas na interface exposta.
O modelo proposto pelo autor se baseia num conjunto de capacidades de negócios aninhadas de maneira hierárquica.
No primeiro nível hierárquico são representadas as capacidades base, ou de fundação, e endereçam todo o ecossistema de negócio. São representadas em duas categorias: Capacidades de operação e capacidades de ambiente.
As capacidades de operação estão relacionadas ao ambiente interno de negócio e são assim classificadas:
1. Desenvolver produtos e serviços ou pesquisa & desenvolvimento;
2. Gerar demanda para estes produtos e serviços;
3. Produzir e entregar serviços e produtos;
4. Colaboração e comunicação com parceiros;
5. Planejamento e gerência do negócio;
As capacidades de ambiente são:
1. Relacionamento com clientes;
2. Gerenciamento de canais de distribuição;
3. Fornecedores;
4. Serviços de logística externa;
5. Instituições financeiras;
6. Infra estrutura e legislação.
No segundo nível ou nível 2 são modelados os grupos de capacidades. Elas representam o detalhamento das capacidades do nível 1. Por exemplo, a capacidade de nível 1 “Desenvolver produtos e serviços” pode possuir um grupo de capacidades “Planejar produtos e serviços”.
São descritos os níveis de serviços necessários, as restrições, os impedimentos e quem são os responsáveis mais adequados para executá-las.
No terceiro nível cada grupo de capacidades é decomposto em capacidades de negócios, as quais, por sua vez podem ser decompostos em um conjunto mais granular de capacidades de negócio até modelar todo o atual status do negócio.
Conclusão:
A grande força deste modelo é a integração do conceito de “web Services” com a modelagem dos processos de negócios.
Modelando as capacidades como componentes, com interfaces definidas de serviços providos e requeridos, sem a preocupação do “como” ela funciona para prover estes serviços (caixa preta) realmente é garantida estabilidade ao modelo pois é possível substituir um componente sem afetar os demais.
terça-feira, 4 de setembro de 2007
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